CADEIRA VAZIA – Santino Gomes de Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 8 de mar. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 8 de out. de 2024
Não é este o pobre que eu queria
na cadeira vazia
à nossa mesa.
Se já vai noite morta
e nenhum outro aparece
a bater-nos à porta,
não sei como pudesse
viver em plenitude o meu Natal.
Um pobre, sim, mas em que Jesus transparece
com nítido sinal.
Que encontra na pobreza mais completa
a alegria de ser.
E com olhos de profeta desce Deus até nós,
fazendo prevalecer sobre as vozes terrenas,
tão mesquinhas,
a imensa e eterna voz
de quem sobre as nuvens
em majestade um dia descerá
para colheita final das boas vinhas.
E este o pobre que eu queria
na cadeira vazia
à nossa mesa.
Um pobre que não pede humilhado,
sem nobreza,
como qualquer mendigo pediria.
Um pobre imagem de Jesus,
com o carisma de certeza
da transfiguração da cruz
no rosto deslumbrado.
Não importa que é maltratado
do insulto de todos no caminho.
Conduzindo, porém,
em mistério gozoso,
o testemunho do Supremo Bem,
êxtase de ascensão
a um lutar todo de arminho
no seio de Abraão.
Um pobre que reinasse
nas palavras do divino saber
– quem o vê a mim me vê –
no reino de plena luz.
E que fosse à minha mesa
toda a verdade e leveza
do Natal de Jesus.
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