CLÁUDIO DE SOUZA
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 12 de out. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 11 de out. de 2024
"Prezado poeta,
Acabo de ler seu livro 'Oração dos Humildes'. Preliminarmente, devo dizer-lhe que nunca consegui escrever um verso e reconheço-me incapaz de fazê-lo. Não entendo de metros poéticos. Espírito independente, aprecio espaço diante de minha pena. A restrição da matemática poética me é impossível, por temperamento. Assim, pois, meu juízo acerca de versos não tem outro valor que o de traduzir a comoção que eles me provocam. E no seu livro encontrei muitas belezas que me trouxeram suaves impressões de arte. Venho agradecer-lhe essas doces impressões.
Queira aceitar a expressão dos meus cumprimentos,
Cordialmente, Claudio de Souza"
Carta de Cláudio de Souza a Santino Gomes de Matos
Cláudio Justiniano de Souza (São Roque, 20 de outubro de 1876 – Rio de Janeiro, 28 de junho de 1954). Médico, orador, escritor e dramaturgo brasileiro, de renome internacional, com mais de 60 obras de relevo. Estudou medicina no Rio de Janeiro. Depois de formado, mudou-se para São Paulo, onde exerceu clínica médica e lecionou na Faculdade de Farmácia. Desde os 16 anos escrevia para jornais cariocas como O Correio da Tarde e A Cidade do Rio. Em São Paulo, escrevia sob pseudônimos, como Mário Pardal. Em 1909, ao lado de outros intelectuais, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Presidiu a instituição em duas ocasiões, 1938 e 1946.
