Encontro de casais católicos – Santino Gomes de Matos

Aqui estou, com minha saudação cordialíssima, aos casais católicos que neste instante se congregam em torno do nosso querido pároco Frei Alberto Chambert.

É a primeira vez que se verifica tão grato acontecimento. E dele precisamos tirar todos os frutos, como ponto de partida de um movimento de larga envergadura.

A dispersão em que vivem as famílias cristãs sem um contato mais próximo, sem um plano de trabalho em equipe, para a defesa dos princípios de nossa santa religião, no meio social, com certeza constitui uma brecha enorme na armadura espiritual de que necessitamos andar revestidos.

O que isoladamente não pode fazer o católico, muita vez preso do desânimo, diante da onda assoberbante dos males da época atual, consegue com relativa facilidade a ação organizada de muitos. Por isso mesmo é que encontramos na base da instituição da Igreja o espírito de comunhão, que não apenas necessitamos viver nas cerimônias dos nossos templos, ouvindo a santa Missa, participando do banquete eucarístico, mas devemos também trazer para a vida social, a fim de que a presença do Cristo, num testemunho diuturno da nossa fé, possa assegurar ao mundo os dias de paz e de tranquilidade por que anseia.

Tudo depende de nós, dos casais que constituem a família cristã, se nos reunirmos num sodalício, com a resolução firme e inabalável de combatermos em favor da Verdade e do Bem, contra as forças da dissolução moral que procuram minar os alicerces cristãos da sociedade brasileira.

O essencial é que nos decidamos. Não basta ver de longe, com tristeza, e mesmo com horror, o que por aí vai em descalabros de costumes, na vida política, na vida social e na própria vida dos lares.

As queixas e lamúrias que constantemente se ouvem, quanto a moços que desdenham os deveres de estudo, quanto a moças que perdem as virtudes da piedade religiosa e do recato, quanto a pais que destroem pelo mau exemplo a sacralidade do lar – de nada serve, certamente as jeremiadas, os suspiros de desencantos ou as lágrimas de aflição, se não nos decidimos a agir.

Por isso mesmo, ao ensejo desta oportunidade feliz, honrado com a incumbência desta saudação, eu vos concito, jovens casais, que vos iniciais nas grandes responsabilidades da família cristã, que não se estiola e deperece na limitação dos filhos, e, sim, procura vê-los nascer e crescer sob as bênçãos generosas de Deus; eu vos concito a formar na instituição da Federação das Famílias Cristãs de Uberaba, para que melhor nos conheçamos, para que, da vida de comunhão na Igreja, saiamos também para a vida social, pugnando a batalha do céu contra as forças do maligno, para que haja caridade e justiça, para que haja paz e amor, para que haja alegria e a verdadeira felicidade, que só na harmonia da criatura com o Supremo Criador de todas as coisas podemos encontrar em fundamento sólidos e verdadeiros.

A Federal das Famílias Cristãos vos aguarda, para a grande caminha da Fé, em prol do reinado de Cristo em cada lar.