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ENSEADA AZUL – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 5 de out. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de abr.

Todas as enseadas são azuis.

A profanação da frase feita

sobre um quadro de cores reais

em minha alma.

Paisagem de mar, helênica e mansa,

com brisas viageiras esfrolando as águas azuis.

Gaivotas cirandam em ritmos hieráticos.

E a religião que desce do céu

é um êxtase de paz, azul,

a penetrar da unção do inefável.

Inútil querer uma dimensão de espaço e tempo

no mistério azul desta aquarela.

Mergulho fundo e fundo nos meus dias,

e é um mar de penitências cumpridas e por cumprir,

nas vagas adversas da vida.

Mas esse resplendor azul a santificar a minh'alma!

Mas essa fita mística de azul

a condecorar meu coração!

Mas esse eco de azul alerta nos meus sentidos!

De que olhos de arcanjo me sobraram,

de que olhos de mulher vista ou pressentida

resvalaram para mim?

De que cenários impossíveis

de mar azul,

de céu azul,

que só identificarei de novo

no dia das ressurreições supremas,

no Vale de Josafá!


Do livro Céu Deposto

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.


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