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ERGUE-SE NO CÉU DO BRASIL UMA NOVA BANDEIRA

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 17 de set. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 30 de jan. de 2024


Crônica de Yone Passaglia Gomes de Matos, publicada no Jornal Degrau em dezembro de 2001.


Alvíssaras! Alegria!


Finalmente uma boa notícia em meio à avalanche de informações que nos deixam em constante sobressalto.


Esqueçamos as guerras: o fel destilando ódio nas vinganças absurdas que atingem milhares de inocentes. Façamos uma pausa para saudar a bandeira que, timidamente, se ergue nos céus do Brasil – a bandeira da redenção da língua pátria.


O movimento redentor parte de ilustres patriotas. Com efeito. O amor ao idioma está substancialmente ligado ao amor à Pátria. Língua e Pátria são duas expressões de um mesmo ideal – expressões que se transformam em culto de veneração para aqueles povos ciosos de sua autonomia.

Quando o sentimento do idioma enfraquece, afrouxa, bambeia, podemos apurar sintoma grave de perigo na vida de uma nação. É pelo desamor à língua que começa a atividade destruidora da valorização nacional.


Um povo não apenas se comunica por meio de um idioma. É por ele que elabora seus pensamentos. Menosprezada a língua, menosprezados os pensamentos de um povo, estarão corrompidos os fundamentos da nação. O país que menospreza sua língua, menospreza a si próprio.


Não se trata de institucionalizar-se o desprezo pelas línguas estrangeiras. Hoje, mais do que nunca, verifica-se a urgência de uma língua auxiliar internacional. Apesar de os argumentos girarem em torno do esperanto, indubitavelmente, é o poder econômico quem determina qual deve ser a língua comum da aldeia global. Não obstante, este é apenas o outro lado da moeda. O que não se pode deixar de focalizar é a necessidade imprescindível de se cultivar o entusiasmo pela língua mãe.


Assim, o País, acordando para a importância de restaurar o bem falar e o bem escrever, começa a convocar os grandes mestres a voltarem a ensinar português aos brasileiros. Ministram-se lições por meio da televisão e em cursos especializados.


Essa bandeira vem dar ação às lúcidas palavras do grande Rui Barbosa: “Uma raça cujo espírito não defende o seu solo e o seu idioma entrega a alma ao estrangeiro, antes de ser por ele absorvida”.

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