FESTA DE OUTONO – Santino Gomes de Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 10 de jul. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 23 de abr.
Não espere por mim no fim da tarde,
de olhos tarjados do horizonte morto,
mas pressinta com fé, e assim me aguarde
em galeras de festa entrando o porto.
Contra si mesma, altiva, se resguarde,
e triunfe, como eu, não mais absorto
no fetichismo deste amor covarde,
de renúncias, de lágrimas e de horto.
Bem sei que o sol transmonta em nossas vidas.
Vamos urgidos de fatais descidas,
garoa o inverno em nossos corações.
Mas nunca é tarde para a primavera,
se ainda pulsa a última quimera
que acenda o gesto das ressurreições.
Do livro Céu Deposto
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