FONTE DE REJUVENESCIMENTO
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 16 de out. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de jan. de 2024
Crônica de Yone Passaglia Gomes de Matos, publicada no jornal Degrau em dezembro de 2006.
Ah! O coração humano! Como tem lutado para conservar o frescor da juventude! Que batalhas vem travando, sem cessar, para deter a obra destruidora do inimigo poderoso chamado tempo.
É uma guerra que vem de longe, de épocas imemoriais, quando os alquimistas, debruçados sobre velos e indecifráveis alfarrábios, tentavam descobrir o segredo de drogas miraculosas e depois, infatigáveis, remetiam misturas incríveis nos grandes caldeirões de cobre em busca do elixir da longa vida.
Em seguida vieram sábios, estudiosos, pesquisadores, cientistas, inventores, que somam esforços na busca de melhores dias, empurrando a velhice para longe.
O trabalho não foi em vão. Conquistas vão-se sucedendo. Principalmente nos últimos anos, com o desenvolvimento assombroso de tecnologias e aparelhagens de alta precisão; com a descoberta não menos assombrosa de medicamentos como antibióticos, vitaminas, substancias controladoras do comportamento, etc., que levam-nos a crer que estamos atingindo a meta ideal expressa na máxima latina: "mens sana in corpore sano".
Geriatras afirmam que o homem foi feito para viver 130 anos. Se não chega a essa idade é porque o meio e as condições econômicas e sociais não lhe são favoráveis. E, acima de tudo, porque desconhece a maneira certa de viver sem desgastar seu organismo.
Para nos ensinar o segredo da longevidade aí estão, além dos geriatras, os psiquiatras e demais especialistas, com tão boas perspectivas que por toda parte corre um sopro de rejuvenescimento. A ordem do dia é prolongar a vida útil, evitando a "ferrugem" do tempo.
As livrarias enchem-se de obras especializadas em métodos para manter a saúde; obras sobre o poder da mente e as técnicas de autoconhecimento e autovalorização.
Como não foi possível concretizar o sonho idealizado por Ponce de Leon de descobrir a "Fonte de Juventude", de repente um gênio da criatividade, verificando que não poderá acabar com a velhice, eliminou então o vocábulo e todo o conteúdo negativo que ele trazia consigo, criando em seu lugar a expressão"Terceira Idade".
Os caminhos estão abertos... Ninguém mais tem medo de dizer sua idade, nem de manifestar sentimentos ou emoções. Desapareceram os "coitadinhos" que deviam ficar trancados em casa, esperando a morte chegar.
Renasceram, como seres atuantes que lutam bravamente por seu lugar ao sol, para conservar a dignidade e o respeito do próximo. Os anos que veem pela frente, muitos ou poucos, isso não importa, serão vívidos em plenitude, na reconquista da alegria de viver e de fraternalmente compartilhar a vida.