JOSÉ BENÍCIO DE PAIVA

"Ilustre homem de letras,

caríssimo professor Santino,

Venho cumprimentá-lo pelo 'Oração dos Humildes", em cujos versos se vê palpitar a alma do verdadeiro poeta, sob a luz de um grande e belo talento.

(...)"

Trecho de carta de José Benício de Paiva a Santino Gomes de Matos em 22 de fevereiro de 1940

"Meu distinto professor Santino,

Como juiz, voltado com mais intensidade para a leitura jurídica, não tenho nenhuma autoridade literária para comentar o seu livro. Gosto, porém, imenso, de um livro de versos e conto-lhe, aqui, um hábito de que não posso fugir: quando enfadado do manuseio dos autos, abro o Vicente de Carvalho e o leio encantado da espontaneidade e musicalidade dos versos, aliados a uma profundeza de observação psicológica. Agora, ao lado de 'Poesias", estará o seu magnífico 'Procissão de Encontros', florilégio primoroso com que seu espírito de eleição presenteia as nossas letras.

Os nossos estonteados dias de hoje são dolorosamente angustiantes, quase só de sofrer. Feliz quem, como o poeta, pode refugiar-se à região do sonho, das idealidades e cantar, sobranceiro, como em 'Procissão de Encontros', os valores eternos da Beleza e do Amor.

Com os melhores votos pelo seu bem-estar e constantes triunfos, receba o afetuoso abraço do seu amigo e admirador,

José Benício"

Carta de José Benício de Paiva a Santino Gomes de Matos em 8 de setembro de 1950

José Benício de Paiva. Juiz de Direito em Uberaba, que prestou relevantes serviços à cidade e à região, em especial na proteção dos menores abandonados, tornou-se depois destacado desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.