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LANÇA DE ABSALÃO – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 16 de jan. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de abr.

Ponho pontas de lança em mil agravos

e saio a combater os monstros todos

que me quiseram, bem pregado a cravos,

numa cruz de blasfêmias e de apodos.


Toneladas de dor cobram-me os avos

dos sonhos que elevei de um mar de lodos.

Mas já basta do tronco dos escravos,

outra vez sou o rei dos meus engodos.


Arranca pelo céu a cavalgada,

que se abatera na minha'alma exangue,

quando murchou a última alvorada.


Quero morrer qual bíblico Absalão:

suspenso dos cabelos, todo em sangue,

e uma lança ridícula na mão.


Do livro Céu Deposto

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.



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