MALBA TAHAN
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 27 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de abr.
"Um poeta, Santino Gomes de Matos, em seu livro 'Oração dos Humildes', refere-se, com certa surpresa para os matemáticos, a uma nova geometria que ele denominou Geometria dos Cubos.
Vamos ler os versos:
Descobri, então em mim a verdadeira alma brasileira, recortada na grandeza da minha terra, acostumada a horizontes amplos de azul e de oxigênio, que não pode escravizar-se à Geometria dos Cubos.
Surgem muitas dúvidas. Quais são os axiomas fundamentais dessa antieuclideana invenção do poeta? Há cubos paralelos? Há cubos perpendiculares a outros cubos? Como admitir cubos conjugados e cubos imaginários?
Além da geometria dos cubos, citada pelo poeta, os matemáticos inventaram também outras geometrias, algumas das quais bem curiosas: Geometria do Triângulo, Geometria Imaginária, Geometria Absoluta, Geometria da Régua, Geometria Diferencial, Geometria Grega, Geometria da Tesoura, Geometria dos Tecidos, Geometria Finita, Geometria do Compasso, etc.
A alma brasileira, descoberta por Santino, poderia ser formada de cubos? Como seria esse horizonte de oxigênio que o magnifico poeta viu no amplo azul do céu?"
Artigo publicado na coluna Casos, lendas e fantasias, de Malba Tahan, no Jornal do Brasil, em setembro de 1942.
Malba Tahan é o pseudônimo do escritor brasileiro Júlio César de Mello e Sousa (Rio de Janeiro, 6 de maio de 1895 – 18 de junho de 1974). Professor, educador, pedagogo, matemático e escritor brasileiro. Durante muitos anos, o público acreditou que Malba Tahan fosse esse árabe de longas barbas brancas e turbante. Júlio César e Malba Tahan passaram a ser duas pessoas, então, com uma fusão entre o real e o fictício. Júlio César escreveu cerca de 120 livros, entre contos e matemática. Em sua homenagem, o dia de seu nascimento foi denominado como Dia do Matemático.
