SILVEIRA BUENO
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 23 de fev. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 11 de out. de 2024
"Prezado Professor Santino Gomes de Matos.
Saudações.
Vai um tanto atrasado o meu agradecimento ao exemplar do seu 'Inferno Divertido da Análise Sintática'. Estive numa roda viva de doutoramentos nas faculdades, presidindo e examinando algumas teses, no interior do Estado, e, assim, somente agora é que posso quitar-me deste agradecimento. Realmente, muito Divertido o seu 'inferno', com todas aquelas torturas infligidas aos bobocas que fazem da tal análise sintática os seus lugares comuns e, o que é pior, 'matando' as aulas de português. Todos esses malandros, continuadores dos métodos inquisitoriais de Torquemada, vivem a martirizar, num contínuo auto de fé, os pobres alunos de nossas escolas. (...)
Que lhe assista o Senhor com a sua graça para que não esmoreça nesss risonha campanha contra a nova Hidra de Lerna, com mais cabeças do que a antiga, sem encontrar um Hércules que as decepe de uma vez.
(...)"
Trecho de carta de Silveira Bueno a Santino Gomes de Matos em 26 de maiio de 1974
Francisco da Silveira Bueno (Atibaia, 20 de agosto de 1898 – São Paulo, 2 de agosto de 1989). Cronista, poeta, jornalista, lexicógrafo, filólogo, ensaísta e tradutor brasileiro. Iniciou na carreira eclesiástica (estudando filosofia, teologia, direito canônico, exegese em bíblica e línguas, especializando-se em linguística e pesquisa filológicas), da qual desistiu para dedicar-se ao magistério, lecionando Português, Latim, História, Literatura Portuguesa. Professor catedrático da Universidade de São Paulo, foi redator de vários jornais e colaborador em quase todos os órgãos da imprensa do Rio de Janeiro e São Paulo. Silveira Bueno é referência nacional como filólogo, gramático e dicionarista.