Que tempo que foi, que tempo será? Maria Isabel Gomes e Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 2 de mar.
- 1 min de leitura
Atualizado: 21 de abr.
Que tempo que foi, que tempo será,
nas voltas-vertigens que o mundo dá?
A criançada rodava com a antiga cantiga,
Rubi e Joli no momento alegre da rua
que era minha e era sua.
Que tempo que foi, que tempo será,
nas voltas-vertigens que o mundo dá?
Ingênua adolescência, em doces serenatas,
estrelas de esperança, amizades gratas,
amores puros, sonhos futuros.
Mas de repente
Com unhas e garras ao peito da gente
investiu o destino, em desatino,
levando da família o céu de luar
e sonhos ainda a sonhar.
Que tempo que foi, que tempo será,
nas voltas-vertigens que o mundo dá?
Constantes restamos na lida,
sem à dor dar guarida.
Então, benesses de outro jeito.
O eco refeito
à vida incorpora
a roda de outrora.
Que tempo que foi, que tempo será,
nas voltas-vertigens que o mundo dá.
Na última volta-vertigem,
ferrugem o mundo não trará,
há só de lustrar e relustrar,
sem nódoas ou mágoas,
a colheita do amor e da fé
na coletiva aprendizagem:
eternidade depois da passagem.
1º lugar no XIV Concurso Literário do Minas Tênis Clube – abril de 2022
