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O AMIGO E O HERÓI – SANTINO GOMES DE MATOS

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 18 de mar. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: 8 de out. de 2024


A sinceridade do sentir

na simplicidade do dizer,

das vozes do coração

se façam cantigas, no ar,

e tudo seja uma hora plena de comunicação fraterna.


Que o gesto do abraço

carregue consigo os perfumes raros da amizade,

que denunciam a inteligência de almas afins.


É como uma clarinada de bronzes,

em ecos infinitos,

o rebate festivo de alvíssaras,

que hoje vivemos.


Crescemos na força emocional do acontecimento:

cinquentenário de "Lavoura e Comércio",

jubileu jornalístico de seu fundador.

Mas, quando chego com a minha oblata

– velha flor de admiração e de afeto

aveludada no convívio irmão de tantos anos –

encontro a chuva de rosas

com que Uberaba enfeita a cabeça veneranda de um dos maiores de seus filhos.

E não há outro jeito,

senão tatear no abraço imenso da cidade, o abraço humilde e insignificante

de quem teima na visão sentimentalista do amigo-irmão,

quando o que avulta e domina é o perfil incomensurável do herói.


Poema publicado em 6 de julho de 1949

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