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IGREJA DE SANTA RITA

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 18 de mar. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de out. de 2024



Igreja de Santa Rita

de mãos postas na colina.

A alma que aqui palpita

é sempiterna e divina.


Séculos de fé presidindo

como atalaia indormida,

viu a cidade surgindo,

viu-lhe a vida ser mais vida.


Do burgo humilde estendeu

à metrópole a sagração,

pois marca o selo de Deus

em nossa destinação.


Santa Rita, igreja e praça,

compõe da festa a paisagem,

com que o céu a terra abraça

pra mesma grande homenagem.


Quintiliano foi menino

de primeira comunhão

na igrejinha a quem, num hino,

verteu todo o coração.


Poema-reencontro, saudade

da inocência ingênua e pura,

azul da primeira idade,

música ao longe da ventura.


E o poeta e jornalista

que cresceu em fama e glória,

da igrejinha fica à vista,

neste bronze, feito história.


São dois numes tutelares:

Quintiliano a céu aberto,

Santa Rita nos altares,

mas ambos de nós bem perto.


Graças mil a Santa Rita

a cidade vem pedir,

Quintiliano nos dita

todo um roteiro a seguir.


Não é morto prisioneiro

nem do bronze nem da pedra.

Só há sombra e cativeiro

onde o idealismo não medra.


Quintiliano, o Ideal,

vai constante a prossegui-lo,

no "Lavoura", o seu jornal,

Com Georges, Raul, Murilo.


Assim o busto se anima,

cobra vida, fala e pensa.

O Rei da Trova dá a rima,

menestrel que é de nascença.


Quintiliano Jardim,

luzeiro das gerações,

possui a glória sem fim

de edições sobre edições,

do jornal que o continua

num tempo que não acaba,

vivo e atual, em plena rua,

enquanto houver Uberaba.



Estas quadras foram declamadas ao fim de um discurso, quando assim se pronunciou Santino Gomes de Matos: "Encarregado de entregar a Uberaba o busto de seu jornalista máximo, em todos os tempos, permitam-me que, para terminar, me dirija particularmente à família de Quintiliano Jardim, na pessoa de D. Zizi, companheira de tantos anos de amor e dedicação, ao lado do grande paladino, em todas as vicissitudes de sua vida, e presença maior da sua saudade entre nós. E, como para melhor entendimento, só poderia falar-lhe a linguagem do coração, num momento de tão vívidas emoções, peço licença para recitar umas trovas que compus, ao estilo preferido de Quintiliano, lembrado de que um um dos mais belos e enternecidos poemas do saudoso Vate foi dedicado à Igrejinha de Santa Rita, que preside a esta cerimônia, e em cuja praça se ergue o monumento com que Uberaba o glorifica. Dessas circunstâncias, tirei motivo para as quadrinhas que dedico a D. Zizi, comovidamente".

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