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ALMA DO ÊXODO – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 10 de jul. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 28 de abr.

Visão da terra, que esmarrida e agreste

bebeu do céu as lágrimas ligeiras,

e do luto da seca se reveste,

no cinzento descor das capoeiras.


Um vento mau, que sopra a fome e a peste,

faz ninhos de gemidos nas cumeeiras.

Rumos do Norte e Sul e Oeste e Leste

já engolem as levas retireiras.


Tudo agora são giros de loucura.

E o redemoinho um quadro configura

da alma do êxodo, em trágica inversão:


fugindo ao céu – bêbedo compasso –

tragalhadançam tíbias pelo espaço

e um mar de olhos saudosos coalha o chão.

Do livro Oração dos Humildes

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.

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