BUDISMO – Santino Gomes de Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 10 de jul. de 2022
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Atualizado: 9 de mai.
Como a árvore, que aos poucos se despiu
das folhas que a vestiam de esperança
e a última estação em que floriu
já nem mesmo conserva na lembrança;
que é uma sombra magoada, no caminho,
e uma angústia de galhos para o espaço;
que já não bebe ao sol o quente vinho
nem as asas detém de um voo lasso;
assim parei nessa extensão deserta
da vida que se ermou num desengano
e, em viços ou cantigas, não desperta,
indiferente ao seu fadário humano.
E, como folhas no arrastão do vento,
vão-se-me os dias, pálidos, sem cor,
mas sem o agravo atroz de um pensamento,
sem uma forma autêntica de dor.
Do livro Procissão de Encontros
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