CAIS DO PORTO – Santino Gomes de Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 11 de out. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 24 de jan. de 2024
As luzes riem claro, sem pejo.
Mas o "ficus benjamin"
acoitou toda a treva em sua copa
e abriu no chão um olho redondo de fuligem.
Os malandros querem mais uma noite de aventuras.
Tentam passar a perna na miséria,
procuram enganar a fome.
Se não fosse o "ficus benjamin",
quebrariam as lâmpadas irônicas, a pedradas.
Querem sombra, querem treva,
querem escuro para os trajos mulambentos,
para os tamancos histéricos, nas pedras.
Eles sabem que a mão do guarda é pesada
e não há dinheiro para a carceragem.
E acham que a treva do "ficus benjamim",
bem aproveitada,
dará uma porção de moças
para as aventuras quentes do cais do porto.
Malandros!
Do livro Oração dos Humildes
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