CAPRICHO – Santino Gomes de Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 11 de out. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 9 de mai.
Foi um capricho, apenas.
Tudo acabou num riso cintilante...
Teve o brilho de um voo de falenas,
durou um só instante.
Sinto sempre saudade.
A sua imagem é, no meu passado,
um sol que se visse, em plena claridade,
tristemente apagado.
E trago na retina
redouradas ainda de esplendor,
as visões de seu sonho de menina,
visões do seu amor.
Que importa se esqueceu
o bem que trouxe ou todo o mal que fez?
Foi uma estrela que riscou o céu,
sumindo-se, de vez.
Um dia ousei pensar
que fora o meu amor de igual feitio
e, por me convencer, ando a palpar
o coração vazio.
Nem mais uma esperança.
Corolas murchas que o simum varreu....
Mas arrancar, como hei, esta lembrança
de um sonho que viveu?
Caprichos de mulher:
ter um altar em cada coração
transformando-o, depois, quando bem quer,
em horto de aflição.
Do livro Procissão de Encontros
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