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EXÉQUIAS – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 14 de out. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 25 de jan. de 2024

(A Quintiliano Jardim, o exímio poeta das "Cem Quadras")


Cantigas d'água, num domingo quieto,

mole de tédio e de penumbras vagas,

como me falam de um pesar secreto,

de uma saudade de distantes plagas!


Faz muito tempo que o tremendo veto

do Destino se deu, para que tu tragas,

ó chuva triste, num chorar discreto,

mais pranto ainda a ressequidas chagas.


Teus dedos finos, no bater das telhas,

acordam o tropel das horas velhas,

que adormeceram no meu coração.


E outra vez, neste céu sujo e molhado,

vejo, em desfile, o enterro do passado,

para novas exéquias de aflição.


Do livro Vozes Íntimas

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.

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