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FAROL – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 11 de out. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 24 de jan. de 2024

O gigante de pedra abriu o olho feroz.

Varreu o mar e incandeou os tubarões.

As corujas, aflitas, pensaram que era o sol

que andasse sonâmbulo, na noite,

e, tontas de medo,

calaram o agouro alto de rasgar mortalhas.


A paisagem do mar humanizou-se.

A pedra do farol, a luz, o céu

que se fechava em zangas de borrasca.

O faroleiro acendeu o seu cachimbo.

Não pensa, não sonha, não medita.

É apenas um homem que fuma.

É apenas um homem...

E todas as coisas derredor se espiritualizaram.


Do livro Oração dos Humildes

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.


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