FOGO FÁTUO – Santino Gomes de Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 5 de out. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 30 de nov. de 2023
Veio a lembrança, de manso,
trazia histórias de mim.
Mas luto e já não alcanço
achar-lhes começo e fim.
No fundo do coração
há tanta cousa perdida,
tanta sombra de ilusão,
compondo o fundo da Vida!
Quer-se bem morto o passado
que dorme dentro da gente...
E somos nós o enterrado
e somos nós o vivente.
Um belo dia se acende
em luar, a soledade.
E o destino, há quem remende
com remendos de saudade.
O consolo que me veio,
sem saber como e por que,
com um bem em que não creio,
por alguém que não se vê,
até parece o mistério
do fogo fátuo, em meu ser:
consciência de cemitério,
delírio vago, a morrer.
Do livro Vozes Íntimas
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