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LUMINÁRIAS – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 11 de out. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 26 de jan. de 2024

Nossa Senhora das Candeias,

padroeira dos míseros ceguinhos,

que acendes lá no céu as luas cheias

e abres clareiras, pelos maus caminhos;


quando passaste, em galas, pelas ruas,

e lanternas de cor, em profusão,

abriram gemas nas paredes nuas,

para o culto da tua devoção;


eu fui aquela mão pobre e cativa,

que acendeu num retângulo de porta,

uma velinha triste e quase morta,

na luz votiva.


Nossa Senhora das Candeias,

perdoa o meu pecado, se é pecado.

Ela é dona também das luas cheias,

que se abrem no meu céu desconsolado.


E em sua honra – que tortura a minha!

não posso ao menos ofertar-lhe um nome...

Somente o meu amor, pobre velinha,

cuja luz em martírios se consome.


Do livro Procissão de Encontros

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.




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