MISANTROPO – Santino Gomes de Matos
- Maria Isabel Gomes de Matos
- 10 de jul. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 8 de out. de 2022
Ninguém há que conheça a minha história.
Trago-a oculta aos risos escarninhos
e nisso ponho toda a minha glória:
beba-me o pranto a areia dos caminhos.
Se às vezes, na penosa trajetória,
o número decresce aos meus espinhos,
pássaros vejo, assim como em vitória,
conduzindo-os nos ares, para os ninhos.
E a ave e a flor e os veios cristalinos,
e o coqueiro a gemer e a brisa mansa
que anda sonora de um tanger de sinos,
eis o que falo e o que me dá consolo.
os homens... ah, na ponta de uma lança,
fel e vinagre que eu tragasse um golo.
Do livro Céu Deposto
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