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NIRVANA – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 12 de jul. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 9 de mai.


Eu vinha só, ao longo do caminho.

Um caminho tão triste e tão deserto

que havia em cada espinho

o convite de amor e de agasalho

de um coração aberto.


Caía a sombra do alto, e era um manto

inconsútil de mágoa.

Pairava em tudo um lânguido quebranto,

que me falava ao negro ceticismo,

com a voz feitiça da cantiga d'água

que mais se adoça à entrada de um abismo.


E aprofundando o enigma de meu ser,

achei-me solidário às cousas rudes,

que põem na inconsciência do “não-ser”

o princípio de todas as virtudes.

Do livro Procissão de Encontros

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.

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