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TERNURA – Santino Gomes de Matos

  • Maria Isabel Gomes de Matos
  • 22 de fev. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: há 1 dia

Queria ser para ela

o mágico tear dos sonhos ledos,

em que a alma trabalha a sua tela

sob a unção de místicos segredos.


Queria ser essa impressão de luz,

que lhe abre a flor de um riso tão gentil

e põe um novo céu no azul anil

dos seus olhos azuis.


Queria ser a gota d'água

dessa sede de amor,

que a enche, às vezes, de uma estranha mágoa,

do ingênio sofrimento de uma flor.


Queria ser, no seu destino,

todo efeito bom, toda causa boa,

toda sensatez, todo desatino,

toda impressão à toa...


Queria ser o que ela é para mim,

na ternura da minha adoração:

a presença de luz que me põe fim

aos pesadelos do meu coração.

Do livro Procissão de Encontros

©2023 – Todos os direitos reservados. Permitida a divulgação, desde que citada a autoria.

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