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Poemas
Oração dos Humildes
DEDICATÓRIA DO LIVRO ORAÇÃO DOS HUMILDES – À YONE – SANTINO GOMES DE MATOS
À Yone, o que de mais puro contiverem estas páginas, como oferenda de um amor que resume todo o meu estímulo e todo o meu ideal. Santino...
CAMPO DAS AMORAS – Santino Gomes de Matos
Ai dos que acamparam no meio da planície, tendo todos os rumos nos horizontes sem fim e nenhum caminho nos passos hesitantes e tolhidos!...
O SEMEADOR – Santino Gomes de Matos
As mãos do semeador estavam já vazias. Grão a grão se lhe fora, e sempre entre carinhos, o celeiro de uma alma aberta às alegrias de pôr...
DESEJOS – Santino Gomes de Matos
Se eu fosse aquela abelha pequenina que anda de flor em flor, sorveria de um seio de bonina alívio à minha dor. E depois, com o mel do...
FAROL – Santino Gomes de Matos
O gigante de pedra abriu o olho feroz. Varreu o mar e incandeou os tubarões. As corujas, aflitas, pensaram que era o sol que andasse...
SEGUNDA CLASSE – Santino Gomes de Matos
Bem junto dos seus olhos, as ondas sobem, crescem. Águas salobras, águas sujas, águas feias. O sol desonerou a tinta do mar. Borrões de...
CAIS DO PORTO – Santino Gomes de Matos
As luzes riem claro, sem pejo. Mas o "ficus benjamin" acoitou toda a treva em sua copa e abriu no chão um olho redondo de fuligem. Os...
SARJETA – Santino Gomes de Matos
O barco de papel desce na água suja. A mão esperta do moleque o desencalha, desvia-o dos obstáculos, orienta-o. A chuva foi um prazer...
FLAGELO – Santino Gomes de Matos
O dia todo pela vila andara, com a sua dor em procissão. Mais parecia o seu filhinho torto, a teratologia de um boneco que um lápis mau...
O NATAL DAS SECAS – Santino Gomes de Matos
Não haverá natal este ano. O Menino-Deus dormindo nas palhinhas, entre o burro e o boi de pano, não apareceu. Não veio, das lapinhas,...
ORAÇÃO DOS HUMILDES – Santino Gomes de Matos
Venha a canção áspera e rouca que rebenta do peito tostado dos jangadeiros, toda vibrada em bordões. O mastro da jangada, enrolado no...
MENINO ÓRFÃO – Santino Gomes de Matos
Dentro da cor desmoralizada do teu terninho ruço, tingido da pior tinta preta que se pode adquirir a magros centavos, menino órfão, sinto...
MÃE – Santino Gomes de Matos
Ó pobre mãe, de. humilde cochicholo, que ao filho nu só vestes de carinho, não valem o aconchego do teu colo os berços ricos, em frouxéis...
VENTO DO MORRO – Santino Gomes de Matos
O morro calvo sonha, na tristeza sem par dos aleijões sem cura. Contempla o cimo verde da montanha, que canta, na esperança da verdura, e...
OLHOS MORTOS DENTRO DA TARDE – Santino Gomes de Matos
Houve um beco um tropel de alarme e de tumulto. Por que levam Leocádia quase a correr? Um soluço cansado, que arrefece e se quebra em...
ALMA DO ÊXODO – Santino Gomes de Matos
Visão da terra, que esmarrida e agreste bebeu do céu as lágrimas ligeiras, e do luto da seca se reveste, no cinzento descor das...
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